Produtores rurais se transformaram em aliados da preservação ambiental com apoio de um programa do Governo de São Paulo que financia projetos de conservação do solo e da água. A parceria é realizada por meio do Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento.
Os recursos, vindos do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (Feap), atendem agricultores paulistas, com execução da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati). Atualmente, há 241 projetos de preservação em todo o estado.
O que é o Pagamento por Serviços Ambientais?
PSA é um mecanismo para remunerar produtores rurais por intervenções que beneficiem o meio ambiente. A Secretaria de Agricultura e Abastecimento disponibiliza recursos por meio de duas linhas de subvenção: a Berços d’Água e a Águas Rurais. Dentro destas iniciativas, técnicos estruturam projetos para preservação e recuperação do solo e dos recursos hídricos em propriedades rurais.
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O PSA começou em agosto de 2023, com total de 106 projetos já finalizados, sendo 90 no âmbito do Berços d’Água e 16 no Águas Rurais. Juntas, as duas linhas recuperaram uma área de 2.480 hectares. Pequenos produtores são os principais beneficiados, representando 88% dos atendidos pelo programa.
Histórias de preservação ambiental
Os agricultores ficam responsáveis pela execução do projeto e são reembolsados após sua conclusão. “Fomos super bem atendidos. Consegui fazer todos os benefícios. Só tenho a agradecer, porque se depender de eu tirar do meu bolso esse dinheiro para fazer tudo que eu fiz, eu não conseguiria”, relata Juliano Colletti, produtor de leite na cidade de Macaubal, região metropolitana de São José do Rio Preto.
Em 2023, Juliano foi um dos beneficiados pelo Berços d’Água. “Meu terreno é bem caído, próximo a um córrego. Não tinha curva de nível, tanto que o solo era bem lavado: tudo que chovia escorria e ia embora. Então, esse benefício foi maravilhoso. Fiz três curvas de nível e uma cacimba que serve para o gado beber água”, conta.
Curvas de nível na agricultura são uma técnica para controlar a erosão e segurar a superfície do solo. Além delas, Juliano conseguiu colocar calcário e adubo em sua propriedade. “Agora está lindo. Tem uma pastagem que eu consegui reservar por conta das águas captadas. Essa pastagem está resistindo até agora”, fala, sobre técnicas de manejo de pasto bem-sucedidas graças ao Berços d´Água.
A propriedade de Márcio Bonfá também passou por diversas melhorias com o PSA. Com um cercamento de concreto para seu rebanho, o gado deixou de tomar água em uma área de preservação e, consequentemente, parou de prejudicar o solo das margens.
Além disso, o berço d’água instalado na propriedade de Márcio passou a conter a água da chuva. O trabalho junto à Casa de Agricultura também adubou o solo da propriedade, melhorando sua qualidade. “Tem uma pastagem melhor por muito mais tempo”, ele conta.
Armazenamento de água em propriedades rurais
Adilson Donizeti, assistente de planejamento da Cati, relata um caso semelhante em Monte Alegre do Sul. Lá, uma propriedade rural recebeu a instalação de um berço d’água. Por conta da chuva, a propriedade de pastagem sofria com erosão, que degradava o solo e poluía o rio da região. Para isso, foi feito um berço d’água que armazena água no período de chuva e, na estiagem, abastece os lençóis.
Ainda em Monte Alegre do Sul, o Feap apoiará um projeto que capta e armazena água de estufas e utiliza para irrigação da propriedade. “Nós fazemos o projeto e acompanhamos a execução até a entrega dessas melhorias dentro da propriedade, tanto da água quanto do solo”, explica Adilson Donizeti, assistente de planejamento da Cati.
Para receber essas e outras linhas de financiamento disponibilizadas pelo Feap, é preciso procurar a Casa da Agricultura mais próxima do benefício.
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Com informações do Governo de São Paulo