Rio: ONG critica retirada de fotos de crianças vítimas de violência

A organização sem fins lucrativos Rio de Paz criticou a atitude da prefeitura do Rio de Janeiro de retirar da Lagoa Rodrigo de Freitas, cartão postal da cidade, fotos de 49 crianças mortas por bala perdida no estado entre 2020 e 2024. As imagens ficaram menos de 24 horas no gradil que formava um memorial.

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Cartazes com nomes de policiais mortos em confrontos, que também estavam afixadas nas grades, foram mantidas. Na manhã do domingo (29), a organização denunciou a retirada dos retratos e de uma faixa de 10 metros de comprimento com a inscrição Rio (2020-2024): 49 crianças mortas por bala perdida, ainda sem saber a autoria da retirada. 

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O fundador da Rio de Paz, Antonio Carlos Costa, chegou a dizer que pediria à prefeitura acesso às imagens de câmeras de monitoramento, para identificar o autor da remoção. No entanto, ao voltar para o local e depositar flores, ele contou que ficou sabendo pela imprensa que a retirada havia sido feita pela própria prefeitura.

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Costa explicou que o memorial estava na Lagoa Rodrigo de Freitas desde 2015, mas em vez de retratos, estavam nomes de crianças mortas. No sábado (28), a identificação foi trocada pelas imagens.

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“Estamos aqui há nove anos, mantendo essa instalação sem causar nenhum transtorno à ordem pública, lutando pelo direito mais elementar que existe que é o direito à vida”, disse.

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“Porque somente quando tiramos os nomes das crianças e botamos as suas fotos, essa decisão [remoção] foi tomada, por qual motivo mantiveram os nomes dos policiais mortos nessa justa homenagem aos policiais que tombaram?”, questionou.

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O fundador da organização destacou que o local do memorial foi escolhido justamente por se tratar de um cartão postal. “Passam pessoas formadoras de opinião que podem comprar essa briga, têm poder de enfrentar esse histórico de mortes e mudar a história da nossa cidade”, afirmou.

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Nas redes sociais, a Rio de Paz publicou trecho de um depoimento do prefeito Eduardo Paes, em 2022, em documentário Estética da Luta, de Guillermo Planel, que conta a história da organização. Nele, Paes diz que não gosta da presença das fotos, mas que “é uma realidade da cidade”. O prefeito diz ainda que o fato de a ONG chamar a atenção para casos de violência “é importante”.

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Por meio de nota divulgada no fim de semana, a prefeitura do Rio informou que reconhece a importância e a necessidade da homenagem às crianças vítimas da violência, mas retirou o material por não ter sido consultada pelos organizadores para autorizar a montagem da exposição em um local público.

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A prefeitura acrescenta que “avalia a pertinência de manter a homenagem aos policiais militares assassinados, que também é justa e necessária, no mesmo local”.

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“O município tem total interesse em combater a violência, prestar justas homenagens às suas vítimas e está aberto para debater qualquer tipo de iniciativa, desde que seja previamente consultado”, finaliza.

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Areia de Copacabana

Além das manifestações relacionadas às mortes de policiais e crianças na Lagoa Rodrigo de Freitas, a Rio de Paz é notória por realizar atos de protestos silenciosos nas areias da praia de Copacabana, geralmente com placas, cartazes e cruzes. De acordo com a organização, os atos provisórios na orla são feitos sem solicitação prévia de autorização. 

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Apenas uma manifestação teve resistência da prefeitura, quando guardas municipais removeram réplicas que simbolizavam barracos, em 2016. O protesto questionava o legado da Olimpíada, realizada na cidade naquele ano.

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A própria homenagem às crianças mortas por bala perdida foi realizada em Copacabana, antes de ser levado para a Lagoa Rodrigo de Freitas. 

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Em 2020, uma manifestação contra a postura do governo federal no enfrentamento à pandemia de covid-19 ficou marcado pela reação de um homem contrário ao protesto, que arrancou cruzes que simbolizavam vítimas da pandemia.

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sourceCom informações da Agência Brasil

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