Ipea apresenta estudo sobre sinistro no trânsito brasileiro na Subcomissão de Transporte por Motocicleta

Na reunião desta quarta-feira (7/5), os vereadores que compõem a Subcomissão do Serviço de Transporte Individual de Passageiros por Motocicleta receberam o pesquisador do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) Carlos Henrique Carvalho.

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Ele apresentou estudo sobre o impacto e o custo de sinistro no trânsito brasileiro. A pesquisa teve recorte entre os anos 2000 e 2019. Carvalho abriu a apresentação destacando a mortalidade no trânsito e o uso da motocicleta no Brasil. Segundo ele, com a implantação da Lei Seca nos anos 2008 e 2009, o país registrou queda no índice de mortes no trânsito brasileiro.

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Nos anos seguintes, entre 2010 e 2012, houve uma pequena elevação e a taxa voltou a cair como reflexo da crise econômica de 2014 e logo em seguida pela pandemia causada pela Covid-19, apontando assim uma redução de aproximadamente 25% entre 2010 e 2019. No entanto, os números voltaram a subir no pós-pandemia.

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“A crise econômica e a pandemia impactaram na demanda de transporte. Nossa preocupação é que com o fim da pandemia e a retomada da economia traga de volta as taxas alarmantes que já tivemos como em 2014 onde atingimos índice de mortalidade superior a 20 mortes por 100 mil habitantes. Observamos retorno desse crescimento a partir de 2021”, alertou Carvalho.

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Custos dos sinistros

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Segundo a pesquisa, em 2015 foram registradas uma média de 40 mil pessoas por ano vítimas de sinistro de trânsito e o custo, de acordo com o Ipea, girou em torno de R$ 80 bilhões. Deste total, 43% é referente a queda de produção, 20% hospitalar, 32% danos em veículos, 3% outros veículos e 2% outras pessoas.

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“Quantificamos quanto a pessoa deixa de auferir em renda ao longo da expectativa de vida dela e esse custo é cada vez maior em função dos óbitos que ocorrem em pessoas mais jovens, já que os mais jovens têm expectativa de vida maior e que obviamente impacta mais no custo da previdência social por mais tempo. Além disso, temos pessoas jovens que não tem seguridade social e que estão no mercado informal”, explicou o pesquisador, que ainda ressaltou que o perfil de morte no trânsito está mudando e que cada vez mais morrem jovens, de baixa renda, sem seguridade social e baixa escolaridade.

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“O impacto dessas mortes atravessa a seguridade social e atinge diretamente as famílias causando o empobrecimento, porque quando uma pessoa jovem, arrimo de família sofre um acidente grave e venha a óbito ou tenha uma lesão permanente, atinge diretamente a renda familiar”, destacou.

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Modalidade de transporte

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A apresentação trouxe ainda dados comparativos das mortes por sinistro de trânsito entre 2000 – 2009 e 2010 – 2019, indicando que houve uma queda entre os acidentes envolvendo pedestres, de 28% para 19%. Em contrapartida, as mortes por motocicletas tiveram elevação, com um aumento de 17% para 30%.

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“Os radares tiveram grande impacto na redução nos acidentes envolvendo pedestres, mas, por outro lado, tivemos uma explosão no número de mortes e acidentes graves envolvendo motocicletas. Entre os anos 2000 e 2009, isso representou cerca de 60 mil mortes por ano e dobrou, atingindo 120 mil entre 2010 e 2019”, explicou o pesquisador.

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Mortalidade por idade e escolaridade

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Ainda segundo o estudo, 36% das vítimas têm entre 30 e 49 anos, 32% entre 15 e 29 anos, 21% entre 50 e 69 anos, 8% possuem 70 anos ou mais e 4% correspondem a menores de 15 anos. No quesito escolaridade, 33% são pessoas com 4 ou 7 anos de estudo, 20% com 1 ou 3 anos de estudo, 31% com 8 ou 11 anos de estudo e 8% com mais de 12 anos de estudo.

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“Esses dados mostram que a maioria das vítimas estão em idade produtiva de trabalho e grande parte utilizam a motocicleta. Já o perfil dos condutores são jovens e de baixa renda”, destacou o pesquisador.

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Internações pelo SUS

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Outro dado apontado pelo pesquisador foi o de internação no SUS (Sistema Único de Saúde), que mostra que os gastos foram destinados a 52% sinistros de motocicletas, 21% pedestres, 11% carros e 9% outros.

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“Temos que focar em políticas de transporte público bom, rápido e barato”, sugeriu o pesquisador para mitigar o efeito do transporte público por motocicleta.

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Para a presidente da Subcomissão, vereadora Renata Falzoni (PSB), os dados apresentados trouxeram maior clareza sobre a realidade do trânsito brasileiro e as principais vítimas. “Vimos que as principais vítimas são as pessoas com menor poder aquisitivo, menor escolaridade e jovens. Quando fazemos um recorte vemos quem está utilizando essas motocicletas, que na maioria é para prestar serviço. Que tipo de serviço, como ele é prestado e quem lucra com isso?”, questionou a vereadora.

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Comissão de Trânsito

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Logo após a reunião da Subcomissão, o colegiado iniciou a reunião da Comissão de Trânsito, Transporte e Atividade Econômica e analisou 6 itens da pauta, entre eles o requerimento da vereadora Renata Falzoni, que pede informações à CET e a Subprefeitura da Sé sobre a construção do estacionamento no canteiro central em baixo do Elevado Presidente João Goulart, também conhecido como Minhocão.

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O presidente da Comissão, vereador Senival Moura (PT) disse que será convocada uma Audiência Pública para discutir o tema. “Queremos trazer os técnicos da CET, o subprefeito para discutirmos melhor o tema e ouvir a opinião pública”, disse.

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Também participaram das reuniões os vereadores Gilberto Nascimento (PL), Kenji Ito (PODE), Pastora Sandra Alves (UNIÃO), Paulo Frange (MDB), Renata Falzoni (PSB) e Senival Moura (PT). Para conferir a íntegra da reunião da Subcomissão e da Comissão de Trânsito, clique aqui e aqui.

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sourceCom informações da Câmara Municipal de São Paulo

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